Testas se multiplicam de surpresa, de raiva, de pensamentos zap de milhão de poetas
Pelo queixo passeia a lesma cachaça recém fugida da garrafa, escapada do gole da careta
Ouvidos ouvem música
Olhos de ressaca
boca;
duro ser ponta de nariz.
abre-alas de um carnaval ridículo,
vadia inconveniente coragem
inútil coragem
da ponta do nariz;
do nariz, não é a ponta que respira, espirra, catarra,
não é lá que os pés dos óculos deitam
é mais pra cima
e a coceira vem sempre por dentro.
Inútil ponta de nariz,
passa vinte, trinta anos fechada
vitrine da loja-cara
brinquedo na caixa.
nada;
A ponta de nariz só tem sua hora e vez
depois de esgotada toda a diplomacia;
depois dos olhos deitarem no corpo dengoso proibido
da boca beber e dizer besteiras
depois das bochechas vermelhas traírem
a testa que tenta esconder pensamentos;
da língua arrumar uma baita confusão
vez do nariz.
vadia inconveniente coragem
inútil coragem
coragem;
Nessas coisas grandes e bobas de touros e homens
voa justo punho procurando alvo, pescando honra;
quem peita e aguenta, sem música ou poema
sujeito homem respirando sangue, coragem
ponta de nariz.
3 comentários:
Fenomenal.
Muito bom!
Feliz que voltaste depois de viajar
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