domingo, 8 de agosto de 2010

Cosmo

Ombros muitos, todos,
pretos, ásios, ricos.
Na madrugada
pesam, arfam.

A gravidade é coisa humana.
Não a massa que atrai a maçã,
sim o humano corpo que atrai o peso,
que trai a Newton e a Febo.

O castigo para os ombros
do pai de Atlântida
é o mesmo para todos:

Sufocar-se a cada dia
um pouco mais,
um pouco mais.

Desespero não é
a ausência de ar -
ar fabrica-se.

A ausência de peito.