chute de trivela,
piscada de zap,
chororô escondido,
sorriso no escanteio do rosto.
Safadezas brasileirando pelos cantinhos da terra-mãe.
Maior que o capoeirão-rão-rão lá de cima,
gol do Pelé do meio de campo que quase foi,
bunda morena na propaganda de cerveja:
Brasileiro sente orgulho mesmo duma palavra
que já derramou mais água que as de Iguaçu
e o Amazonas, Velho Chico e o da Prata.
E o povo faz tempo já decidiu
que ordem e progresso é o escambau.
No meio da colorida bandeira nacional,
Saudade!
Mas essa palavra macunaímica
também tem seu lado safado:
Rosa ensina
que toda Saudade é uma espécie de velhice,
flertando com o próprio esquecimento.
Assim, nossa própria natureza nos proíbe
de sentir nosso próprio sentimento.
Uma palavra sem futuro é confortável.
Não dá trabalho.
Esqueça.