domingo, 8 de agosto de 2010

Cosmo

Ombros muitos, todos,
pretos, ásios, ricos.
Na madrugada
pesam, arfam.

A gravidade é coisa humana.
Não a massa que atrai a maçã,
sim o humano corpo que atrai o peso,
que trai a Newton e a Febo.

O castigo para os ombros
do pai de Atlântida
é o mesmo para todos:

Sufocar-se a cada dia
um pouco mais,
um pouco mais.

Desespero não é
a ausência de ar -
ar fabrica-se.

A ausência de peito.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Procissão

Cerrem as portas,
apaguem as luzes,
façam silêncio!
A procissão caminha.

Observem por frestas
com medo e respeito (medo)
a caminhada dos mortos.
A procissão passa.

Com jovens e velhos
e mães e crianças,
fantasmas da carne.
A procissão passeia.

Negro cardume de olhos
negros, mantos negros
e corações cinzentos.
A procissão segue.

Sufocados pela culpa,
procurando estigmas,
seus punhos se erguem.
A procissão avança.

Por vielas e becos,
cruzam a passos mortos
os portões Dantescos.
A procissão marcha.

Esmolas à Caronte,
os demônios-homens
somem no horizonte.
A procissão foi-se.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Continuação

O contra, o encontro, a contração
A era, o eros, a erosão
A fera, a fúria, o furacão
O como, o cosmo, a comunhão
A comunhão...

O pré, a prece, a procissão
O pós, o póstumo, a possessão
A cor, a corte, a curtição
Amor, a morte, a continuação
A continuação...

- Lenine



Voltamos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ganhei um concurso!

Sabe o poema da imagem de baixo? Inscrevi ele num concurso literário de tema bicicleta, e eu fui um dos ganhadores. Fiquei muito feliz e bastante surpreso com o prêmio. Vou ganhar um livro sobre bicicletas!

Olha aqui: http://www.apocalipsemotorizado.net/2010/01/18/de-bicicleta/