quinta-feira, 31 de julho de 2008

Memória

Fazia tempo.

As pernas tremiam.
Os braços tremiam.
As idéias tremiam.

Mas logo o susto passa, e o bondinho da memória passeia,
e passa também por anos passados,
por passagens.

O vento bate, a perna treme, a memória brinca.
Um cheiro indiscutível de liberdade.

Assim foi andar de bicicleta hoje de manhã, depois de alguns anos de pé no chão.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Me pergunto se me preocupar com o meio ambiente é como parar de fumar no leito de morte.

Penso - ou prefiro pensar - que não.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Haikai da rebeldia

O medo do filho
é o alívio dos pais:
é uma fase, vai passar.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

"Lenin, levanta de teu túmulo pois eles estão ficando malucos!"

1968 - frase inscrita nos muros de Praga, vocês sabem em que situação.

Achei engraçadinha e bem pertinente.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O outro lado

Acabei de ver um video interessante no vocêtubo, sobre um personagem de video game preso no mundo virtual. Incrivelmente, o filme é tocante.

Os criadores conseguiram, apenas com as funções do jogo e sem dar voz nenhuma ao personagem (apenas alguns grunhidos) formar uma personalidade extremamente humana, tão complexa quanto a minha e a sua. Pode-se perceber o desespero, a solidão a incompreensão de se viver num mundo vazio, e, enquanto ninguém joga, sem propósito.

Me fez pensar um pouco sobre toda essa vida virtual. O que acontece quando desligamos o video game ou computador? será que acaba tudo? será que o mal vence? E o que será que os personagens lá de dentro pensam? Como será viver num mundo fechado, onde só se faz o que te mandam, e não se pode ir a lugar algum que não foi criptografado? Como seria estar "do outro lado do muro"?

Muitas pessoas vão dizer que são só um monte de códigos binários programados por um bando de japoneses, reproduzidos em milhares de pontos de luz numa tela de TV.

Até aí, um ser humano é só um punhado de carbono, água e algumas descargas elétricas.

[modo nerd filosófico desativar]

quinta-feira, 10 de julho de 2008

As coisas valem o tempo que a gente gasta nelas.

Eu sei que é bem clichê e tem suas falhas, mas explica bem por que filmes (menos comédias românticas) me tocam muito mais do que músicas, e livros (menos auto-ajuda) me tocam mais que os dois juntos.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Aerotorto

Aeroporto, fila para o check-in. É a vez dum moço com terno de risca-de-giz:

-Pois não?
-Eu queria uma passagem de avião, por favor.
-Destino, senhor?
-Eu não acredito na concepção de destino. Somente acasos e contingências me trouxeram até aqui e me levarão sabe-se lá onde.

(no final ele acabou indo pra Curitiba)

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Perdão, essa é a primeira e última vez que fiquei uma semana sem postar nada.