terça-feira, 16 de dezembro de 2008

para José

Zé. Pateta, pirata, poeta. Pode pedir penico, pede poesia. Pensa e aprende, Zé:

Tudo nessa vida entorta
e você se entorta por tudo
Nessa porra dessa vida torta.
Entorta e se vira e tenta e se fode todo.

Zé. Tonto, tosco, troco. Tenta, tonto, torce, tomba. Entorta, Zé.

Coração é mole e tudo é frágil:
Ele enfraquece, tudo esfarela;
numa fraqueza que foi fácil
Fica a ferida fodida pro infinito.

Zé. Fraco, fresco, frágil. Enfrenta, forja, força, enforca. Se esforça mais, Zé.

Vê? Vale a pena viver
se você mesmo se esvai,
violência que ninguém vê?
Vê? De quem é a vitória?

Zé. Vil, volátil, vivo? Vem, vê e sê vencido. Não fica cego, Zé.

Um erro que é coisa de rato
corrói tudo que restava.
Raiva! Rente rastejo
e relembro seu rosto.

Zé. Não se arrisca. Não erra mais, Zé.

Conto agora a culpa:
Culpo minha cara,
canto meu já carcomido
coração e me culpo.

Zé. Escute cá um conselho: não erra nunca, Zé.

Mas a morte já mandada,
irmã macabra e medonha
mente e marca minha alma.
Eu mudei! Mas muda nada.

Zé. Ama menos e morre menos, a cada amor morrido.

Zé. Não escuta os bobos que dizem
que mais vale perder um amor
do que nunca ter amado.
Se desconfia, experimenta, Zé.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ai que felicidade!

O engraçado dessa frase é que eu posso estar destruído por dentro e vocês nem desconfiam.

Bem, talvez desconfiem agora.

Ai que tristeza!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Vida de jardim

A casa era dessas de rua pequena,
Em que os cachorros encoleirados
Passeiam e cagam, todos eufóricos
com o dono atrás, nariz empinado
no bairro tranqüilo, em casas e árvores.

mas com uma casa e umas árvores
canto um tanto quanto especiais
Não por maiores ou mais modernosas
mas mais por singelas as flores mortais
Como as outras, vivas-


Penico. Cacete, escrever em versos decassílabos é difícil demais.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

War

O segredo é conquistar a Oceania ou a América do Sul logo na primeira rodada.
É assim que eu jogo War.

Quem me dera viver fosse tão fácil quanto dominar o mundo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Os sentidos as vezes somem
(em todos os sentidos)

De vez em quando a vida parece que é de mentirinha.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Imbróglio expataqüável de convicções intraencefálicas

Hoje, tudo é arte:
Economia-arte, futebol-arte.
A arte de eficientemente maximizar a produção interna humana da empresa fazendo pausas de exatos 5 minutos regularmente a cada 2 horas e um churrasco de fim de ano.
Os novos capatazes, RH-arte.
A gente agüenta, faz parte.

A Arte da Guerra,
a guerra da arte:
Computadores fazem arte.
Artistas fazem dinheiro.

Toda essa arte me cansa os olhos
e me dá uma artrite danada.

Meu meio é mensagem,
minha meta é metáfora
meu sentido, sentimento.

Meu jogo,

Enigma.

Recusa

Me recuso a ser um poeta bissexto.

Raios, me recuso a ser um blogueiro bissexto.