Cerrem as portas,
apaguem as luzes,
façam silêncio!
A procissão caminha.
Observem por frestas
com medo e respeito (medo)
a caminhada dos mortos.
A procissão passa.
Com jovens e velhos
e mães e crianças,
fantasmas da carne.
A procissão passeia.
Negro cardume de olhos
negros, mantos negros
e corações cinzentos.
A procissão segue.
Sufocados pela culpa,
procurando estigmas,
seus punhos se erguem.
A procissão avança.
Por vielas e becos,
cruzam a passos mortos
os portões Dantescos.
A procissão marcha.
Esmolas à Caronte,
os demônios-homens
somem no horizonte.
A procissão foi-se.
Brazil: more than economic growth
Há 13 anos
Um comentário:
APLAUSOS !!!!!!!!!
Linda mesmo a poesia...
Forte, reflexiva . Pensei no teatro diário que representamos...
abço.
Postar um comentário