O Silêncio deve encobrir
solos de piano
cantigas pra dormir
quadros surrealistas.
Passeios de bicicleta e
abraços que não dão certo.
O Silêncio deve encobrir
filmes do cinema
e programas da televisão
e coceiras no fundo do ouvido.
Almoços bem comidos,
olhos mágicos da porta de visitas,
ideias repentinas,
mexericas geladas,
fogos de artifício.
O Silêncio deve encobrir
o preto e o branco
a avant-guarde paulistana
o corvo no umbral
a música como um todo
os sonhos de agora
os quatro cavaleiros do apocalipse.
Qualquer pensamento se ajoelha
diante do silêncio,
fotografia do infinito.
Cala.
Brazil: more than economic growth
Há 13 anos
3 comentários:
Gostei. Apesar de odiar o silêncio na maioria das vezes.
Senti frio quando li o seu poema: pareceu-me que era vindo do silêncio da morte. Tocou-me e, em silêncio, vou dormir agora, espero, ainda não para sempre (amém)
silêncio: eloquência maior que qualquer verbosidade nervosa
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