Zé. Pateta, pirata, poeta. Pode pedir penico, pede poesia. Pensa e aprende, Zé:
Tudo nessa vida entorta
e você se entorta por tudo
Nessa porra dessa vida torta.
Entorta e se vira e tenta e se fode todo.
Zé. Tonto, tosco, troco. Tenta, tonto, torce, tomba. Entorta, Zé.
Coração é mole e tudo é frágil:
Ele enfraquece, tudo esfarela;
numa fraqueza que foi fácil
Fica a ferida fodida pro infinito.
Zé. Fraco, fresco, frágil. Enfrenta, forja, força, enforca. Se esforça mais, Zé.
Vê? Vale a pena viver
se você mesmo se esvai,
violência que ninguém vê?
Vê? De quem é a vitória?
Zé. Vil, volátil, vivo? Vem, vê e sê vencido. Não fica cego, Zé.
Um erro que é coisa de rato
corrói tudo que restava.
Raiva! Rente rastejo
e relembro seu rosto.
Zé. Não se arrisca. Não erra mais, Zé.
Conto agora a culpa:
Culpo minha cara,
canto meu já carcomido
coração e me culpo.
Zé. Escute cá um conselho: não erra nunca, Zé.
Mas a morte já mandada,
irmã macabra e medonha
mente e marca minha alma.
Eu mudei! Mas muda nada.
Zé. Ama menos e morre menos, a cada amor morrido.
Zé. Não escuta os bobos que dizem
que mais vale perder um amor
do que nunca ter amado.
Se desconfia, experimenta, Zé.
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Há 13 anos