terça-feira, 17 de maio de 2011

Pai

Pai,
não me ensinaste a chorar lágrimas.
Fizeste um bom trabalho
de pai.

Me ensinaste a crescer infante,
me mostraste como ser grande.
Fizeste um bom trabalho
de pai.

e agora meus sentimentos,
meus piores momentos,
guardo todos cá dentro,
como bem ensinaste,
meu pai.

Pai,
Agora já sou crescido, não mais preciso
de pai.
Agora já sou crescido, não mais preciso
de lágrimas.

Mas isto esqueceste,
ou não me ensinaste,
se por crueldade,
ou por tradição.

Entendi que não choramos lágrimas
nem sangue nem pedras nem águas
Choramos, pois, palavras, choramos piadas,
deixando uma gota, em cada ação.

Um pranto de carinho contido
e todo um canto malvisto
Chorado paternamente,
sem nunca perder o silêncio
de pai.

Não me ensinaste a chorar lágrimas.
Fizeste um bom trabalho
de pai.